sexta-feira, 25 de julho de 2008

Olá a todas(os),
Em primeiro lugar peço desculpa de não ter ainda dado notícias...imperdoável eu sei. Prometo para breve dois textos, um sobre os livros de contos que tenho andado a ler e outro sobre as leituras de verão (que não fogem muito às de outras estações - não sou muito adepto da "silly season").
Enquanto não deixo os textos, confesso-me, a propósito dos textos publicados sobre o Rubem Fonseca, um leitor apaixonado. Anadando eu sempre na senda de um bom contista encontrei nele um bom porto: escrita incisiva, sintética, satírica, mordaz, erótica, com toques de "bom" (e ás vezes de mau) malandro. E situo-me como o José Fanha: sorvo os livros do Rubem da primeira à última palavra.
Queria também dar-vos conta de uma experiência apaixonante que foi criada indirectamente por vocês (e ainda bem). Depois de ter lido os encómios ao David Toscana resolvi colmatar a minha lacuna literária com uma ráoida ida a uma livraria depois de sair do trabalho. A mais próxima é a Bulhosa de Entrecampos. Entro e inquiro sobre a existência do livro que vocês citam. Por sorte era o único livro que tinham (exemplar único). Enquanto decorre a conversa com o empregado reparado num pequeno cartaz anunciando a presença do José Luis Peixoto para dia vinte e tal de Julho. Tomei uma nota mental para anotar a data na agenda aquando da saída da livraria. Como é meu hábito (e de todos nós, suponho) quando entro numa livraria não resisto a dar uma volta para ver os escaparates. E fui dirigindo-me para o fundo da livraria e eis se não quando vejo uma dúzia de senhoras dos seus setenta anos rodeando uma figura inconfundível com tatuagens várias e multiplos brincos: afinal a tertúlia estava a decorrer naquele momento!!!! Sentei-me sossegadinho e passei duas horas maravilhosas a ouvir falar um dos escritores portugueses actuais que eu mais considero ("nenhum olhar" continua a ser um dos meus livros portugueses favoritos). Que contador de estórias maravilhoso: de tudo falou, dos mitos, passando pelas senhoras que faziam favores nas aldeias alentejanas, da mania da mãe em nunca revelar o que faz para o jantar apesar de ser excelente cozinheira, até ao realismo mágico e a esse outro livro maravilhoso que é o "Pedro Paramo" do Juan Rulfo". Esta minha estória é Austeriana: se não fossem vocês a falarem do Toscana, se não fosse a minha ânsia em procurá-lo, nunca teria estas duas horas maravilhoas. Muito obrigado.

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