domingo, 14 de setembro de 2008

Rosa Montero



 "Ao amar somos eternos. Da mesma forma, quando estamos a escrever um romance, nos momentos de graça da criação do livro, sentimo-nos tão impregnados pela vida daquelas criaturas imaginárias que o tempo, a decadência ou a nossa mortalidade deixam de existir. Também somos eternos enquanto inventamos histórias. Escreve-se sempre contra a morte."

" O processo de socialização, aquilo a que chamamos educar, ou amadurecer, ou crescer, consiste precisamente em podar as florescências fantasiosas, em fechar as portas do delírio, em amputar a nossa capacidade de sonhar acordados; e ai daquele que não saiba selar essa fissura com o lado de lá, porque provavelmente será considerado um pobre louco.
Pois bem, o romancista tem o privilégio de continuar a ser uma criança, de poder ser um louco, de manter o contacto com o disforme." 

Rosa Montero "A louca da casa"


O artista plástico Mike Kelley tem uma frase que ilustra muito bem essa ideia, esse sentimento e essa experiência de quem usa, como ferramenta do seu labor, a imaginação: " Os Artistas são pessoas a quem a sociedade concede o privilégio de agir de uma maneira que não é a que se espera por parte dos adultos"

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